
Um inquérito da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) em 32 hospitais portugueses mostrou que metade viu o número de doentes com AVC reduzir-se entre 25% e 50%. Num país em que esta continua a ser a principal causa de morte, o medo da covid-19 poderá ser um dos motivos para não chamar o 112 quando surgem os sinais de alerta. “Uma análise risco-benefício que, neste caso, pode ser fatal”, avisa o neurologista Vítor Tedim Cruz.
“Notou-se, de facto, durante a primeira vaga da pandemia, uma redução significativa no número de AVC a chegar às urgências e uma menor ativação da Via Verde do AVC. É provável que muitas pessoas, instalado o pânico da pandemia, mesmo com sinais de alerta, tenham feito uma análise risco-benefício e decidido esperar. Mas, nestes casos, atrasar a ida para o hospital pode ser fatal”, diz o médico, que explica que cada 15 minutos agravam o prognóstico.